Diferentes Nações Negras de escravos no Brasil, obra de Jean-Baptiste Debre, 1830.

A história da cidadania no Brasil, analisada profundamente com base na vivência e na prática, confunde-se com a história da luta da população negra pelos direitos humanos, que deve ser uma construção permanente em todos os espaços da sociedade, como um bem maior a conquistar, isto é, a busca da garantia dos direitos, maior liberdade e avanços coletivos.

A população negra sempre lutou contra qualquer tipo de opressão, organizando-se de diversas formas, a exemplo do Quilombo dos Palmares, que teve como líder o grande Zumbi dos Palmares. Atualmente, o Movimento Negro e o Movimento Sindical têm em sua pauta a luta pela igualdade de oportunidades.

A cidadania sem privilégios, sem opressão, sem injustiças, a favor de uma maioria que tem que gritar para se fazer ouvir é uma luta constante da população negra, responsável por grandes contribuições no Brasil, mas que ainda luta por direitos básicos negados pelo preconceito racial ainda existente no país.

A cidadania plena não pode ser enganada. Sociedade cidadã é a consciência de que todos os sujeitos têm direitos. Direito à vida, à liberdade, à igualdade, direitos civis, políticos e sociais que devem ser garantidos a todos independentemente da cor da pele. Cidadania pressupõe também deveres e consciência das responsabilidades para com a coletividade, a nação e o Estado, funcionando em harmonia e reciprocidade, muito diferente do sentido dado pelo capital, com justiça e visando ao bem comum, a partir da compreensão de que a luta pelo combate à discriminação racial deve ser de todos com base no entendimento de que somente assim podemos alcançar o exercício da plena cidadania.

Bebeto Galvão, Secretário de Políticas Raciais e Étnicas da Força Sindical Nacional e Presidente do Sintepav-Ba