Jovens: os mais penalizados pelo desemprego; artigo

02 mar 2017 . 14:00

Por João Carlos Gonçalves, (Juruna)

O desemprego no Brasil alcançou índices alarmantes. São mais de 12,3 milhões de desempregados no País , conforme estudo do IBGE. Número que não para de crescer. E pior: sem qualquer perspectiva de melhora no curto prazo. Outro dado significativo nos dá conta de que o desemprego é maior nas camadas formadas por negros, pardos, mulheres e jovens. Estes últimos os mais afetados com a falta de trabalho.

O estudo investigou, ainda, a chamada subutilização da força de trabalho. Ou seja, a soma de três fatores que mostram a deterioração do mercado. Primeiro: formado pelos desocupados, desempregados em busca de novas oportunidades; segundo: a força potencial de trabalho: desempregados que querem trabalhar mas não estão procurando trabalho ou estão disponíveis; e, finalmente, as pessoas que, trabalhando, não cumprem sequer 40 horas semanais (subocupação). Frisamos que, em média, o tempo de procura por uma nova ocupação pode ultrapassar os dois anos, e que os mais jovens são os mais afetados. Em suma: o desemprego é, hoje, o mal que mais aflige a todos.

Mas o que esperar de diferente num País onde os juros são proibitivos e afastam os investimentos no setor produtivo, o recuo da produção, do consumo, o crédito caro? Onde o jovem em início de carreira é sempre o mais penalizado (longos períodos de desemprego causam desânimo, podendo, no longo prazo, prejudicar suas expectativas, pois suas habilidades profissionais e sociais, além da prática, ainda não estão construídas).

Para que este mal seja debelado e as contratações ressurjam faz-se necessário muito esforço para conter tudo aquilo que alimenta e fortalece a recessão. Faltam políticas voltadas à geração de emprego e renda. O Brasil precisa de novas perspectivas! A juventude precisa de novas perspectivas!

A Força Sindical está empenhada no combate ao desemprego. Mas o governo precisa rever seus conceitos, elaborar políticas que fomentem a produção e o consumo, gerando mais emprego e renda, e parar de privilegiar o setor especulativo em detrimento dos trabalhadores.

João Carlos Gonçalves, Juruna
Secretário-geral da Força Sindical e vice-presidente dos Metalúrgicos de São Paulo

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