Mais Educação, mais Saúde, mais Segurança

09 jan 2016 . 11:54

cicero

Depois de algumas semanas de manifestações, com as ruas cheias de jovens das várias classes sociais, conseguimos acordar vários setores do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário.

Até um deputado federal que já havia sido julgado e condenado foi levado à prisão, o primeiro desde 1988. O Congresso Nacional resolveu trabalhar e votar várias leis que estavam nas gavetas. E a Presidência da República e os executivos dos Estados e Municípios agiram com rapidez para mobilizar suas bases para tentar entender e atender às novas demandas da população.

Claro que a elite conservadora já assumiu os microfones e programas de televisão para tentar manipular as manifestações e nos explicar o que aconteceu de errado com o recente passado político brasileiro.

São oportunistas que querem diminuir os recentes avanços sociais dos governos Lula e Dilma, quando o Brasil incluiu mais de 40 milhões de novos consumidores no seu mercado interno. Uma elite rancorosa que, ao longo dos séculos, tratou esses milhões de brasileiros excluídos como cidadãos de segunda classe, sem direito a sequer a garantia da próxima refeição.

O que nós, do Chão de Fábrica, do seio das periferias, espremidos diariamente nos trens e ônibus superlotados, convivendo com uma escola que finge que educa, com postos médicos que simulam atendimento e nos devolvem para casa doentes e com uma segurança pública truculenta e ineficaz na solução e punição dos crimes que nos incomodam, queremos e, por isso, em grande parte apoiamos as manifestações, é um governo que (em todas as instâncias) trabalhe de verdade de acordo com os preceitos democráticos: com e para o povo.
As manifestações é o povo esperneando, chamando a atenção para nossos problemas no atacado, gritando palavras de ordem que tentam sensibilizar os políticos que dependem do nosso voto para a própria sobrevivência.

No site Causa Brasil, que monitora, em tempo real, os principais temas das redes sociais no Brasil, entre os principais assuntos tratados estão: educação, segurança e saúde.

O site registra mais de um milhão de manifestações dos internautas e o que percebemos é que os temas em destaque são bandeiras que o movimento sindical e popular já defende há décadas.

E basta uma consulta aos nossos arquivos e à História recente dos movimentos populares para descobrirmos, também, a constante indiferença dos vários políticos e governantes para com as nossas demandas.

Mesmo assim, com grandes dificuldades, conseguimos emplacar o restabelecimento da democracia formal, o controle inflacionário com o Plano Real e uma melhor distribuição de renda nos governos Lula e Dilma.

O que as atuais manifestações deixam claro é que cansamos da indiferença dos políticos de plantão. E que não bastam as boas intenções, traduzidas por discursos pomposos e eleitorais. É preciso ações e políticas públicas concretas.
Que, aos poucos, começam a ser buscadas pelos nossos dirigentes, como deve ser a prática de quaisquer regimes democráticos. E que aos poucos, esperamos, conseguirão sintonizar as políticas públicas com a vontade das lideranças populares que há muitas décadas reclamam pelo óbvio: educação de qualidade, saúde pública que proteja nossas famílias e mais segurança nas ruas e bairros em que vivemos.

Reivindicações mais do que justas diante da imensidão dos impostos que pagamos, todos os dias, o ano inteiro.


Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

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