Serjão, Miro, Raimundo e eu

09 jan 2016 . 12:28

joao-franzin

A Força Sindical, com o Centro de Memória Sindical, reuniu quinta (18), Altamiro Borges, Sérgio Gomes, Raimundo Pereira e este jornalista, para discutir comunicação com profissionais da imprensa sindical e alternativa com dirigentes, forcistas ou não.

A Agência Sindical se comprometeu a destacar a iniciativa, com o compromisso de cobrir/divulgar o encontro antes, durante e depois. Divulgamos os materiais em nossos informativos, escrevi artigo adiantando o que falaria, levamos a TV Aberta São Paulo (Comunitária) para gravar os depoimentos e utilizaremos o material num Câmera Aberta Sindical.

Resumo do que abordei/abordamos:

Grande mídia – Todos convergiram na avaliação de que ela é conservadora, preconceituosa e tem viés golpista. Outro aspecto: sua pauta é desvinculada das demandas reais da população. Desmerece fatos relevantes como aumento real do salário mínimo; inclusão social de milhões; elevação do conceito mundial do Brasil; ações do Estado (PAC, Minha Casa, Minha Vida, ProUNI etc.).

Pós-diagnóstico – Para mim, alguns caminhos (institucionais/legais) são: buscar avanços na linha do que garante a Constituição e também do que foi deliberado na Conferência Nacional de Comunicação; garantir cota de conteúdo independente. Reconquista do direito ao diploma ao jornalista (derrubado em 1ª instância, em 2001, com aval posterior do Supremo). Criação da Ordem dos Jornalistas do Brasil, instituindo o estatuto profissional e ético da profissão. Assegurar ao jornalista direito de recusa ante matéria que gere constrangimento moral, tenha cunho claramente difamatório ou seja matéria paga.

joao-franzin2

Fortalecer a mídia aliada – Direcionar anúncios institucionais de governos/órgãos públicos para rádios e TVs comunitárias e/ou outros veículos desvinculados dos grandes grupos. Anúncios institucionais sindicais – Incluir rádios e TVs comunitárias na programação institucional das entidades/Centrais (aniversários, assembleias, campanhas, 1º de Maio etc.). Ocupar espaço, com geração de conteúdo e programas próprios, nas rádios e TVs comunitárias. Listar os veículos simpáticos aos temas populares (rádio, TV, jornal, site e blog), buscando que incluam em suas pautas as ações do sindicalismo e/ou do interesse popular.

Mídia sindical – Criar mais veículos, elevar o padrão gráfico e editorial dos materiais; estimular sites, blogs, boletins eletrônicos e outros veículos. Criar formas de intercomunicação entre as entidades e seus veículos, para que as lutas e conquistas sejam do conhecimento de um maior número de pessoas/categorias. Novas mídias – facebook e twitter: entender, utilizar, estimular o uso.

Ainda quanto à mídia sindical: enviar os releases também para os veículos sindicais. Se o assunto for relevante, tentar “vender” a pauta para o site, o blog ou o jornal dessas entidades. Criar, no âmbito das categorias, o cadastro dos profissionais/diretores ligados à comunicação; o mesmo nas Confederações e Centrais.

Banco de dados/contatos (dirigentes) – Criar banco de dados com telefones celulares dos principais dirigentes (Centrais, Confederações, Federações e os maiores Sindicatos), para envio de mensagem (SMS), boletim eletrônico etc.: 100, 200, 300, e assim por diante.

Melhora editorial e de forma – Melhorar o padrão gráfico e editorial dos materiais sindicais: linguagem (texto direto, afirmativo, fortalecendo conceitos); títulos (letras grandes, afirmativos); textos curtos, afirmativos, em corpo grande; fotos (grandes, dinâmicas); ilustrações (simpáticas e comunicativas). Colocar o trabalhador dentro das publicações (menos fotos do presidente e mais do trabalhador da base), ouvir o trabalhador, ampliar a abordagem para além das questões trabalhistas, repercutir reivindicações dos bairros, por transporte, segurança etc.

Por fim – Recontar histórias, reafirmar conquistas, retratar lutas passadas, mostrar (com fotos e depoimentos) ao trabalhador sua própria história.

São tarefas para as quais precisaremos de meios, ou seja, de recursos humanos e econômicos.


João Franzin é jornalista da Agência Sindical

Comentários

Show Buttons
Hide Buttons