Wagner da Silveira, o Juca

09 jan 2016 . 15:20

Segundo o ranking da Organização Mundial do Trabalho (OIT) o Brasil ostenta o recorde negativo de se configurar em 4º lugar quanto ao número de acidentes fatais.

Posição esta que reflete a falta de investimentos e de políticas públicas mais consistentes em questões que envolvem a prevenção de acidentes em nosso país.

A prevenção ainda é fator determinante para se evitar ou diminuir o número de mortes, acidentes ou doenças. Isso tudo seria óbvio caso não fossem contrárias as estatísticas, que apontam para um grande número de vítimas.

A pesquisa da OIT aponta para o nível de insegurança do trabalho no mundo, em que a cada 15 segundos um trabalhador morre por acidente ou doença profissional, chegando à soma de mais de 2 milhões seres humanos mortos por ano.

Ainda segundo a OIT, cerca de 321 mil pessoas morrem a cada ano em consequência de acidentes no trabalho; 160 milhões de pessoas sofrem de doenças não letais relacionadas ao trabalho; 317 milhões de acidentes laborais não mortais ocorrem a cada ano; a cada 15 segundos, um trabalhador morre de acidente ou doença relacionada ao trabalho; a cada 15 segundos, 115 trabalhadores sofrem um acidente laboral.

Em Piracicaba, conforme as estatísticas do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), em 2013,  foram registrados 10.496 acidentes de trabalho, sendo 8 com vítimas fatais. Ou seja, quase 1 trabalhador morre por mês em nosso município.

De acordo com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), nos últimos 11 anos, a soma das despesas com acidentes e doenças profissionais no Brasil chega a 16 bilhões.

Os acidentes, principalmente os de trabalho, estão distantes dos olhos da sociedade, fator que ressalta a importância das CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) nas fábricas, que funcionam como uma extensão dos Sindicatos quanto à fiscalização, prevenção e segurança para que o trabalhador mantenha sua integridade.

No sentido de reforçar o papel dos Cipeiros e ampliar a luta para que sejam preservadas vidas humanas por meio da prevenção, o Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, com o apoio do Cerest (Centro de Referência e Saúde do Trabalhador) promoveu, dia 23 de maio, no Clube Recreativo dos Metalúrgicos, pelo quinto ano consecutivo, um encontro com 1.000 representantes da CIPA, de aproximadamente 200 empresas da base do setor metal-mecânico.

Como a prevenção não é tema restrito ao mundo do trabalho, mas trata-se de uma questão/problema social, o tema deste ano do 5º Encontro de Cipeiros foi: “Por que ocorrem tantos acidentes com motociclistas?”.

Ao abordar um tema que extrapola os portões das fábricas, o 5º Encontro de Cipeiros do Sindicato levou a discussão sobre a prevenção, do chão da fábrica para diversos setores da sociedade.

Fato é que a maioria dos acidentes poderiam ser evitados com ações preventivas. Mas, para isso, faz-se necessário mais investimentos dos poderes públicos para ações integradas com que envolvam também os empresários, Sindicatos e Cipeiros para assegurarem a integridade do maior patrimônio do mundo, que é a vida humana.

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Wagner da Silveira, o Juca, é secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba.

 

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