02 maio 2012 . 15:56
2007, EUA Brad Bird
FONTE: Carolina Maria Ruy
Alguns filmes pretendem explicitamente colocar em debate assuntos da vida humana como o trabalho. Outros são, aparentemente, puro entretenimento, isentos da pretensão de provocar uma reflexão filosófica e sociológica sobre qualquer tema. Contudo é possível perceber questionamentos sobre a vida e a condição humana nas várias formas de expressão artística e estética, tenham elas esta pretensão ou não. O filme de animação Ratatoillie, por exemplo, além de divertido e lúdico, suscita uma reflexão sobre a situação contemporânea do mundo do trabalho. Sobretudo do trabalho dos jovens, que enfrentam a dura contradição entre a dificuldade e a necessidade em arrumar um emprego. Na história o rato Remy, este animal que comumente causa repugnância, principalmente quando relacionado à comida, sonha em ser um grande chef. Ele admira o mais famoso chef parisiense e de maneira autodidata aprende a fazer com maestria os mais sofisticados pratos. Após um inusitado encontro com o garoto Linguini (Lou Romano), que gostaria muito de aprender, mas não sabe cozinhar, é firmada uma parceria e Remy passa a trabalhar no restaurante, escondido sob o chapéu de Linguini. Os talentos do rato Remy garantem o emprego do desajeitado Linguini.
Merecem atenção as dificuldades enfrentadas na travessia dos ratos e a conseqüente busca de sobrevivência. A situação é análoga ao despejo e a migração. Em contrapartida a trajetória do rato protagonista Remy (voz de Patton Oswalt) mostra a ousadia e o ímpeto da juventude em buscar novos caminhos e tornar possível o impossível. O filme fala sobre a dedicação e persistência em buscar seus sonhos e sobre a realização pessoal. Fala sobre começar de baixo, enfrentar dificuldades e preconceitos e crescer através do próprio esforço. Além disso Ratatoullie louva a boa gastronomia. Neste caso, mais uma vez, mostrando a grandeza da simplicidade.
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