Aposentados enterram o Fator Previdenciário

04 jul 2012 . 13:06

aposentados-1O enterro simbólico do Fator Previdenciário foi mais um meio de pressão realizado pelos aposentados para que a presidenta da República, Dilma Roussef, cumpra a promessa de mudar a fórmula da aposentadoria no Brasil. “O Fator Previdenciário é um monstro que nunca poderia ter sido criado”, afirmou o presidente do Sindnapi, João Batista Inocentini.

O féretro, com direito a urna mortuária “padres” e “rezadeiras” devidamente paramentados, teve início no Salão Verde da Câmara dos Deputados e atravessou os corredores da instituição. “Xô Satanás”, clamavam os padres, que encomendavam o “defunto” para o inferno.

Apesar da pressão, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), não se dispôs a colocar na pauta de votações o projeto que extingue o Fator Previdenciário e que se encontra em regime de urgência na Mesa. Em substituição a ele, o Sindnapi vem defendendo a criação do Fator 85/95, menos prejudicial aos bolsos dos trabalhadores que se aposentam.

Pelas regras atuais, que vigoram desde 1999, um trabalhador que se aposenta com 35 anos de contribuição, chega a perder 45% do valor do benefício a que teria direito. Essa injustiça permitiu que nos 12 anos de vigência do Fator Previdenciário o governo federal deixasse de distribuir perto de R$ 40 bilhões para os aposentados.

“O Fator Previdenciário está jogando milhões de aposentados para a linha da pobreza”, afirma Inocentini. Hoje, perto de 20 milhões de aposentados se encontram no nível do salário mínimo. “Infelizmente a presidenta não está conversando com os trabalhadores, com as centrais sindicais nem com os aposentados”, diz Inocentini.

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Como o Congresso Nacional está prestes a entrar no recesso de julho, o que deve ocorrer já na próxima semana, o projeto de lei que extingue o Fator Previdenciário deverá entrar na pauta em agosto. Mas, se o governo quiser fixar idade mínima para a aposentadoria, o Sindnapi não vai aceitar. O fator foi um monstro criado porque a sociedade rejeitou justamente a idade mínima, que seria muito mais prejudicial.

Fonte: SINDICATO NACIONAL DOS APOSENTADOS

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