A ideia de criar esta linha do tempo geral e ampla partiu da intenção de organizar as pesquisas realizadas para os projetos do Centro de Memória Sindical em um só documento.
Entre os projetos que mais contribuíram com a linha estão as apostilas de formação elaboradas pela pesquisadora Carmen Evangelho, a série de artigos “Memória Sindical”, publicada no jornal impresso da Força Sindical entre 2010 e 2015, o site Memória Dieese, para o qual trabalhei como pesquisadora entre os anos de 2006 e 2007, bem como artigos de análise política que escrevi como coordenadora do Centro de Memória Sindical, a partir de 2018 para os sites Rádio Peão Brasil, Portal Vermelho, Jornal Tornado, GGN, Mundo Sindical, entre outros.
Foram muito usadas também as pesquisas feitas para o livro dos 20 anos da Força Sindical, as revistas sobre a greve de 1917 e sobre o ano de 1968 sindical, que abordaram todo o período do início do século e da época mais dura da ditadura militar, e a pesquisa feita para o GT dos trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade.
Por fim, contribuíram com a linha, as pesquisas feitas para os Sindicatos dos Metalúrgicos de Piracicaba, dos Telefônicos de São Paulo, a pesquisa para a exposição sobre os 86 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e uma grande pesquisa sobre o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco que, embora só tenha sido publicado algumas partes, resultou em um extenso documento de mais de 140 páginas de textos contextualizando desde as primeiras organizações sindicais no então bairro de Osasco, como a greve da Vidraria Santa Marina em 1909, na história política do país.
O uso deste leque de referências resultou em um documento amplo e abrangente que não se fixa em um período da nossa história. Está claro, porém, que, embora ele comece em 1500, as informações ficam melhor elaboradas, mais detalhadas e problematizadas com os anos mais recentes. Isso ocorre uma vez que a maior parte dos trabalhos do Centro de Memória Sindical concentra-se, apesar da grande pesquisa sobre 1917, da Era Vargas em diante, especialmente da ditadura militar em diante. Vale notar, neste ponto, que o próprio CMS nasceu a partir da coleta de depoimentos de sindicalistas da greve dos metalúrgicos de São Bernardo entre 1978 e 1980.
Seria lógico pensar, desta forma, em um recorte iniciando a linha em 1917 ou 1930. Mas tal recorte não contemplaria o panorama histórico que busco através deste material, ressaltando períodos de grandes mudanças, como as mudanças de Constituição e de relações de trabalho. Neste sentido, mais que trazer a informação a ideia do panorama é demonstrar como os avanços civilizatórios são recentes e como eles estão atrelados ao desenvolvimento urbano e industrial, em contraste com um modo de produção e de relações de trabalho, rural, colonial e escravista.
O objetivo é também estabelecer relações, heranças, raízes e continuidades históricas em épocas diferentes.
Apesar de ser um trabalho longo e em permanente construção, não há aqui a pretensão de que a linha do tempo seja uma cronologia definitiva. Além de sua função primordial de ser um documento para consulta, ela também responde ao anseio de unificar os trabalhos e a concepção de história do Centro de Memória Sindical.
Parte 1 – Do início até o fim dos anos de 1920
Parte 2 – Anos 30 até o golpe militar