03 out 2025 . 00:01
Gleen Miller, compositor norte americano
In the Mood tem a cara da Segunda Guerra Mundial por vários motivos. Isso pode soar estranho, mas não me refiro aqui ao horror do conflito, e sim ao espírito da juventude da época, à resistência contra os nazistas e à própria trajetória do músico Glenn Miller — essa, sim, marcada diretamente pelo horror da guerra. Entre 1939 e 1945, o jazz foi uma válvula de escape, um entretenimento fundamental para as tropas e também um importante produto de exportação cultural dos Estados Unidos. Não por acaso, o ritmo é presença constante em filmes que retratam esse período histórico.
Os nazistas, por outro lado, demonizavam o jazz, classificando-o como “degenerado” e associado a “raças inferiores”. Esse repúdio, vindo deles, acabou por reforçar o caráter de resistência de uma música que, à primeira vista, parecia apenas diversão.
A escolha de Glenn Miller para representar a ligação entre jazz e Segunda Guerra não é aleatória. Além de sua música, que nos transporta imediatamente aos primeiros anos da década de 1940, Miller foi também combatente: capitão e diretor da banda da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos na Europa.
Sua vida se entrelaça com a história do conflito — ele morreu em dezembro de 1944, aos 40 anos, quando o avião que o levava a Paris, onde se apresentaria para as tropas aliadas, caiu no Canal da Mancha. Até hoje, o episódio permanece envolto em mistério.
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