12/06/2013

12 jun 2013 . 11:23


Artigo do jornalista Umberto Martins: "Trabalhador acumula prejuízo de 42% no seu FGTS" – http://tinyurl.com/nrzz7gj

CTB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.

No Twitter https://twitter.com/PortalCTB

Trabalhador acumula prejuízo de 42% no seu FGTS

O Dieese estima em 42% o total das perdas no valor real do FGTS depositado na conta dos trabalhadores e trabalhadoras acumuladas desde 1999. A informação foi transmitida pelo coordenador de estudos e desenvolvimento do órgão, Ademir Figueiredo, aos representantes das cinco maiores centrais sindicais (CUT, FS, UGT, CTB e NCST) durante reunião realizada na manhã desta segunda-feira, 10, em São Paulo.

O prejuízo, concretizado na hora do saque, é configurado pela diferença entre o reajuste do fundo e o INPC. Para repará-lo é necessário reajustar o valor dos depósitos em cerca de 90%. Foi causado, conforme Figueiredo, pela mudança nas regras de correção do benefício impostas pelo Plano Collor 2, em 1991.

O redutor do benefício

Foi criada naquela ocasião, a pretexto de desindexar a economia, a chamada Taxa de Referência (TR), que passou a referenciar o reajuste do FGTS. Concebida como uma fração da taxa básica de juros (Selic), a TR se descolou da inflação, embora se mantivesse por certo tempo acima do INPC como reflexo das altas taxas de juros.

Em 1995, o governo tucano de FHC cuidou de inventar um redutor da TR, que guarda estranho parentesco com a fórmula do fator previdenciário, criada para arrochar o valor das aposentadorias. A partir de 1999, a TR passou a ser negativa, ou seja, caminhou atrás da inflação. O FGTS do trabalhador, corrigido pela TR mais 3% a títulos de juros, também ficou abaixo do INPC. Contraditoriamente, a redução da taxa básica de juros agravou o problema. A Taxa de Referência equivale a zero desde setembro do ano passado.

Patrimônio mais que dobrou

Em contraste com a evolução dos depósitos na conta dos trabalhadores e trabalhadoras, inativa até o momento em que se justifica o saque, o patrimônio líquido do FGTS navegou de vento em popa. Cresceu notavelmente no mesmo período em que o dinheiro do trabalhador encolheu, subindo de R$ 17,72 bilhões para R$ 46,79 bilhões.

O fenômeno é atribuído pelo Dieese ao crescimento do emprego e do rendimento do trabalho, mas é necessário acrescentar que a redução do valor real dos saques, decorrentes da regra de indexação do FGTS, também contribuiu, em medida que convém aos técnicos definir, para a diferença entre a arrecadação bruta e os saques (a arrecadação líquida acrescida ao patrimônio), que em passado recente foi negativa. Não se tem noticia de nenhum ativo   dos capitalistas, especialmente no ramo financeiro, submetido a regras de indexação que sequer repõe o índice de inflação?

Está sobrando dinheiro

Segundo Ademir Figueiredo, o patrimônio do FGTS cresceu também em função dos retornos dos investimentos realizados com recursos do fundo, que mesmo incluindo o subsídio à habitação popular tiveram um retorno muito superior ao rendimento da cota atribuída aos trabalhadores.

Outro fato notado pelo economista foi o decréscimo da proporção de empréstimos nos investimentos, em relação às aplicações financeiras, o que para alguns significa um crescimento excessivo do patrimônio líquido em relação à demanda por investimentos produtivos, no caso em habitação e saneamento.

É mais um sinal de que está sobrando dinheiro para fazer justiça com a classe trabalhadora, recompondo o valor real dos depósitos realizados a favor dos assalariados. Não seria mais justo devolver o dinheiro desperdiçado na ciranda financeira aos proprietários, por título e direito, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço do trabalhador?

As centrais vão cobrar do governo a instituição de uma Medida Provisória para mudar imediatamente as regras de correção do FGTS e interromper a sangria na conta do trabalhador, além de orientar os sindicatos a exigir no Judiciário a reparação de mais uma herança injusta legada pelo governo FHC. O Dieese deve divulgar em breve uma nota técnica sobre o tema.

_____________________________________________________

Umberto Martins é jornalista, assessor de comunicação da CTB nacional.

Fonte Portal CTB

Comentários



ÚLTIMAS DE

Frases

Fotos históricas

Documentos Históricos

  As fotos estão em ordem cronológica Remo Forli e Conrado Del Papa, no lançamento da pedra fundamental da sub-sede de Osasco do Sindicato dos Metalúrgicos...

VER MATÉRIA

Visão geral do acervo

Arquivo

Centro de Memória Sindical – Arranjo do Acervo

VER MATÉRIA

Arquivo – Sindicatos

Arquivo

Catálogo de coleções de sindicatos, acondicionadas em caixas contendo documentos em papel de variadas tipologias. Documentos de datas esparsas entre as décadas de 1930 e...

VER MATÉRIA

Jornais

Arquivoc

Catálogo de coleções de jornais. Jornais de datas esparsas entre as décadas de 1920 e 2010. Acondicionamento em pastas.

VER MATÉRIA

Música e Trabalho

PLAYLIST SPOTIFY MEMÓRIA SINDICAL

Show Buttons
Hide Buttons