Câmera Aberta Sindical aborda golpe de 64 e os trabalhadores
16 abr 2015 . 18:51
Por João Franzin
Há vários anos, por volta do aniversário do golpe militar de 1964, o programa Câmera Aberta Sindical aborda o tema, focando as consequências que a ruptura da ordem constitucional e a implantação da ditadura tiveram na vida dos trabalhadores, do sindicalismo e da Nação. Os convidados sempre foram pessoas que tiveram a vida diretamente afetada pela ditadura. Por lá, já passaram Almino Afonso, Therezinha Zerbini, João Vicente Goulart, Raphael Martinelli, Luiz Tenório de Lima, José Luiz Del Roio e tantos outros que tiveram a vida diretamente afetada pela ditadura.
O programa do dia 1º de abril manteve a tradição. Para falar sobre o golpe, recebi o jornalista, escritor e ex-sindicalista Audálio Dantas; e a jornalista e pesquisadora do Centro de Memória Sindical, Carolina Maria Ruy.
Audálio, que também foi deputado federal, presidia o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo quando o regime matou Vladimir Herzog, em outubro de 1975, ocasião em que o jornalista da TV Cultura se encontrava preso no DOI-Codi. O assassinato de Vlado, negado pelo regime, abriu enorme fissura na ditadura, que daí em diante só decaiu.
Carolina Ruy é de família de ativistas de esquerda. Na condição de pesquisadora, teve participação ativa na Comissão Nacional da Verdade quanto às apurações de violências cometidas pós-1964 contra o sindicalismo e os trabalhadores.
Hoje em dia, chega a ser chocante, mesmo entre gente do sindicalismo, o desconhecimento a respeito da ditadura. De um modo geral, as pessoas sabem que existiu o regime militar, que perseguia opositores e reprimia a liberdade. Pouco se fala da ação direta contra os Sindicatos e da política de arrocho salarial adotada pelo Estado empalmado por fardados a serviço do grande capital, especialmente do multinacional.
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João Franzin é jornalista, apresentador e editor do Programa Câmera Aberta e responsável pela Agência Sindical