Sindicato dos Metalúrgicos de SP, 90 anos: uma história que confunde-se com a própria história da classe operária brasileira

27 dez 2022 . 11:42

O crescimento do Brasil nos últimos 90 anos pode ser medido pela construção de seu parque industrial, do tipo de produção executada, pela formação de um mercado consumidor e pelas condições de vida da população majoritariamente formada por trabalhadores. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, que chega ao nonagenário, acompanhou essa história e as transformações do país. E isso significa muito mais do que uma coincidência cronológica.

Já durante a República Velha (1889-1930) São Paulo iniciou sua industrialização para dar vazão a economia cafeeira, chegando a seu primeiro milhão de habitantes em 1928 e se tornando central para o desenvolvimento do país. Em pouco tempo passou de uma pequena cidade para uma metrópole nacional.

A fundação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, em 27 de dezembro de 1932, se inscreve nos primórdios de um projeto nacional de industrialização e de rompimento com a oligarquia da República Velha. Suas lutas e reivindicações delineiam a formação de uma classe operária em evolução política, civil e social.

A história do Sindicato também explicita a transformação do parque industrial que em sua origem era predominantemente têxtil e de alimentação e que após a política de desenvolvimento dos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, passa a ter um predomínio metalúrgico.

Mostra o advento e a importância das convenções coletivas e das campanhas salariais que proporcionaram uma mobilidade social dos trabalhadores e suas famílias. E as crises econômicas no ensejo do processo de desindustrialização com o acirramento de um modelo liberal.

Politicamente o Sindicato também está envolvido em importantes marcos de construção e tomada de consciência da classe trabalhadora brasileira, como a greve de 1953, a fundação do Dieese, a resistência à ditadura militar, a realização da primeira Conclat, a redemocratização brasileira, o nascimento das centrais sindicais, o desenvolvimento econômico, até a atual necessidade de enfrentamento que se impõe.

Da primeira diretoria, tendo Vicente Guglielmi como primeiro presidente, até a atual, eleita em novembro de 2020, com Miguel Torres na presidência, a história deste Sindicato, cujo resgate está sendo realizado pela entidade em parceria com o Centro de Memória Sindical, confunde-se com a própria história da classe operária brasileira, sua identidade e transformações.

Através da pesquisa, sistematização e reflexão sobre as informações espalhadas em arquivos e memórias pessoais, o projeto mostrará a criação, evolução, os desafios enfrentados e a atualidade do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo; as conquistas para a categoria através das convenções coletivas; as grandes manifestações de rua; inovações como a participação das mulheres, a questão da saúde e segurança e a disseminação da presença sindical nas várias regiões da cidade, além de reforçar o engajamento político e social do Sindicato.

Carolina Maria Ruy é coordenadora do Centro de Memória Sindical

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