Edgard Leuenroth

15 ago 2022 . 02:58

Edgard Leuenroth, Mogi Mirim (SP), 31/10/1881 — São Paulo (SP)58, 28/09/1968. Jornalista, anarquista

Edgard Frederico Leuenroth nasceu em Mogi Mirim, São Paulo, no dia 31 de outubro de 1881. Filho de Waldemar Eugênio Leuenroth e Amélia de Oliveira Brito. Mudou-se para São Paulo aos cinco anos de idade. Em 1893 ingressou no jornal O Commercio de São Paulo onde exerceu por doze anos a atividade de tipógrafo. Em 1897 fundou o jornal crítico e literário O Boi, publicado até 1899, o qual daria origem à Folha do Braz, órgão defensor dos direitos dos moradores daquele bairro. O título deste primeiro periódico seria obra ao acaso, vez que ao comprar uma velha tipografia viera junto com os materiais gráficos um clichê com os dizeres O Boi.

No início dos anos 1900 interessou-se pelo socialismo e frequentou as reuniões do Círculo Socialista; logo se sentiu atraído pelas ideias anarquistas, as quais jamais abandonou. Em 1933 participou da criação do Centro de Cultura Social em São Paulo, organização que agrupou entidades culturais remanescentes do movimento anarcosindicalista e libertário e, no ano de 1944, com o intuito de manter e veicular as ideias anarquistas fundou, ao lado de outros operários anarquistas paulistas, a “Nossa Chácara”, tentativa de vivência libertária.

Sob seu próprio nome ou usando pseudônimos – como Frederico Brito, Palmeiro Leal, Len, Leão Vermelho, Routh e Sifleur – atuou na imprensa operária. Em 1905, no Rio de Janeiro, trabalhou nos jornais Imprensa, como tipógrafo, e no jornal português Portugal Moderno. Voltou a São Paulo, e ao lado de Neno Vasco, tornou-se cofundador, administrador e redator do jornal A Terra Livre. Foi redator do jornal A Luta Proletária, órgão da Federação Operária de São Paulo; fundou e dirigiu a Folha do Povo em 1908 e o jornal liberal e anticlerical A Lanterna. Em 1912 fundou e dirigiu o jornal A Guerra Social. A partir de 1915 colaborou com o jornal O Combate e A Capital. Em 1917 fundou A Plebe, periódico anarquista que conquistou enorme penetração no meio operário. Entre 1917 e 1920 contribuiu com o jornal A Voz do Povo, extinto no final de 1920.

Desempenhou papel de destaque na militância operária. Tornou-se, na Greve Geral de 1917, em São Paulo, porta voz do Comitê de Defesa Proletária. Porém, sua participação no movimento operário data desde o início do século XX, quando já participava dos primeiros congressos operários (1906, 1913 e 1920).

Colaborou com a fundação do Partido Comunista do Rio de Janeiro (1919), grupo de tendência libertária que reuniu socialistas e anarquistas. Redigiu, juntamente com Hélio Negro, um pequeno livreto intitulado O que é Maximismo ou Bolchevismo: programa comunista, distribuído durante a Primeira Conferência Comunista do Brasil em junho de 1919 e, com José Oiticica e Astrojildo Pereira, fundou o jornal Spartacus. Juntamente com outros anarquistas, Edgard Leuenroth afastou-se deste grupo em 1922, ocasião da fundação do Partido Comunista Brasileiro, Seção Brasileira da Internacional Comunista no Rio de Janeiro.

Atuou ainda fortemente no sindicalismo nas primeiras décadas do século XX. Colaborou com a fundação da Associação Paulista de Imprensa – API (1933) e foi um dos diretores provisórios do Sindicato dos Profissionais da Imprensa do Rio de Janeiro. Na década de 1940 participou do Primeiro Congresso dos Jornalistas de São Paulo.

Fiel aos princípios anarquistas participou, no final dos anos 1940 e início dos anos 1950, do Congresso Anarquista de São Paulo (1948), do Congresso Anarquista Nacional no Rio de Janeiro (1953), do Quinto Congresso Nacional de Jornalistas em Curitiba (1953), do Primeiro Centenário da Imprensa de Campinas, São Paulo (1958) e do Encontro Libertário no Rio de Janeiro (1958).

Pouco antes de falecer publicou Anarquismo: roteiro da libertação social (1963). Faleceu em São Paulo, após breve enfermidade, no ano de 1968.

Fonte: Arquivo Edgar Leuenroth

 

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