História da luta dos trabalhadores

30 abr 2012 . 12:17

Fundação do Centro de Memória Sindical, junho de 1980.

Em maio de 2010 a direção do Centro de Memória Sindical deu os primeiros passos para o resgate e recuperação de seu arquivo. Para isso contou com o apoio da Força Sindical, que em seu 6º Congresso (2009) criou a Secretaria de Cultura e Memória Sindical, e investiu no Centro de Memória comprando nova mobília e equipamentos. Com o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, que assumiu a  responsabilidade de contratar uma equipe para trabalhar no Centro. E com o Sindicato Nacional dos Aposentados que concedeu um espaço de 90m² em seu prédio na Rua do Carmo, 171. Vale mencionar que o Centro de Memória já contava com o apoio do Sindicato dos Têxteis de SP, pois abrigava-se em suas dependências, na Rua Oiapoque, Braz, desde o início da década de 1990. É importante frisar o apoio destas instituições que acreditaram na importância do Centro de Memória mesmo em seus momentos mais difíceis.

O Centro de Memória Sindical foi fundado em 14 de julho de 1980, na Rua do Carmo, 171, então sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, como uma instituição intersindical. Seu acervo contém uma rica coleção de depoimentos de militantes sindicais, gravados e transcritos no início da década de 1980, além de materiais específicos de categorias como Metalúrgicos, Têxteis, Engenheiros, Eletricitários, etc, e publicações como os jornais A Esquerda, A Plebe, estudos como A Imprensa Negra, de Clóvis Moura, A revolução constitucionalista, entre outros.

Na década de 1980 o Centro produziu obras como o livro 1º de Maio cem anos de lutas, escrito pelo senador italiano José Luiz Del Roio (1986). Publicava periodicamente o informativo História Viva. E consegui a façanha de viabilizar o tombamento, em 1995, pelo CONDEPHAAT, do prédio das Classes Laboriosas, processo pelo qual batalhou desde 1984.

Com o tempo essas atividades foram diminuindo. A década de 1990 foi conturbada para todo o mundo do trabalho. O acirramento do neoliberalismo fomentou o desemprego e a desagregação entre os trabalhadores. Situação que abateu o movimento sindical e suas instituições. Nesta esteira o Centro viveu tempos de ostracismo. E o que era memória virou esquecimento.

Mas, contando com o abrigo dos Têxteis e com o apoio financeiro dos Metalúrgicos de Osasco, que mantiveram uma única funcionária zelando pelo Centro, o Centro de Memória atravessou esta fase, e a partir de 2007 os sindicalistas Milton Cavalo, tesoureiro do Sin-dicato dos Metalúrgicos de Osasco, e João Carlos Gonçalves, secretário geral da Força Sindical, retomaram a ideia de recuperar aquela importante documentação.

Desde então o Centro ganhou um novo espaço, uma nova mobília e novos funcionários. Produziu duas exposições de fotos, uma exposição de cartazes para a 1ª Jornada pelos Direitos Humanos (dezembro de 2010), participou da realização do Ciclo de Debates referente aos 20 anos da Força Sindical e coordenou e produziu o livro “20 anos de luta – A história da Força Sindical” (2011, Geração Editorial).

O caminho ainda é longo, mas o Centro já encontrou sua trilha. Com este esforço coletivo, o Centro de Memória volta a ter suas atividades, sendo uma referência para trabalhadores, estudantes e todos que se interessam pela história.
memória sindical

*Carolina Maria Ruy é jornalista, coordenadora de projetos do Centro de Cultura e Memória Sindical

Comentários

Show Buttons
Hide Buttons