14 nov 2024 . 19:01
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos por várias gestões, Arnaldo Gonçalves faleceu no fim da manhã desta terça-feira (12), no Hospital do Câncer, em São Paulo. Ele lutava contra um câncer.
Arnaldo Gonçalves nasceu em Santos, em 7 de setembro de 1937.
Na juventude exerceu diversas profissões. Em 1961 começou a trabalhar na Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) onde foi convidado por Marcelo Gato a integrar a Chapa de Oposição para disputar as eleições para o Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista. Como sindicalista, foi Conselheiro Fiscal, Vice-Presidente e, por fim, Presidente da entidade, cargo que exerceu por muitas gestões.
Participou das greves de 1978 a 1980, quando conheceu Luiz Inácio Lula da Silva e José Ferreira, o Frei Chico. Foi um dos organizadores da 1ª Conclat de 1981. Integrou a Comissão Nacional Pró-Central Única dos Trabalhadores, que deu origem à CUT. Também foi um dos fundadores da Força Sindical, em 1991. Integrou a União Internacional de Sindicatos Metalúrgicos e fez parte da direção executiva da Federação Sindical Mundial (FSM).
Arnaldo foi fundamental para a criação do Sindicato Nacional dos Aposentados, em 2000, tendo sido diretor do Sindicato deste a criação.
Filho de Dona Iolanda e Sr. Valdemar, foi casado com a também sindicalista, Ruth Coelho, desde 1983 e pai de cinco filhos.
Veja aqui o depoimento de Arnaldo Gonçalves ao Centro de Memória Sindical, gravado em abril de 2024:
Em nota, a Força Sindical disse estar em luto pela perda e afirmou:
“Lamentamos profundamente está perda irreparável não somente de uma líder sindical combativo, que foi protagonista em diversas lutas do movimento sindical brasileiro e internacional, mas também de um grande amigo”.
Confira a íntegra da nota:
A Força Sindical está em luto!
A Força Sindical recebeu, no início da tarde desta terça-feira (12), com profunda tristeza, a notícia do falecimento do amigo e grande liderança sindical, Arnaldo Gonçalves.
Natural de Santos (SP), nascido em 7 de setembro de 1937, Arnaldo começou no movimento sindical na década de 1960, quando era operário da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista).
Entrou para a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos em uma vaga do Conselho Fiscal e chegou a presidente na década de 1970.
Como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, exerceu grande influência em diversas entidades de trabalhadores, ajudando a organizar a unidade sindical da baixada santista
Foi um dos organizadores da Conclat de 1981, um dos fundadores da Força Sindical em 1991, entidade da qual foi secretário de Saúde e Segurança, e também fundador do Sindicato Nacional dos Aposentados, sendo Secretário Geral e depois Secretário Internacional da entidade.
Lamentamos profundamente está perda irreparável não somente de uma líder sindical combativo, que foi protagonista em diversas lutas do movimento sindical brasileiro e internacional, mas também de um grande amigo.
Arnaldo Gonçalves lutou um bom combate e agora ficará em nossa memória como um dos mais importantes e combativos dirigentes sindicais brasileiros.
Que os familiares e amigos sejam confortados neste momento de muita dor e tristeza!
Arnaldo Gonçalves presente!
Direção da Força Sindical
O Sindicato Nacional dos Aposentados, do qual Arnaldo foi fundador e diretor, também lamentou a morte. Em nota, o Sindicato disse que Arnaldo “faz parte da história das lutas dos trabalhadores e aposentados do Brasil”.
Leia aqui a nota.
O secretário de relações sindicais do Ministério do Trabalho, Marcos Perioto, disse em suas redes sociais:
“E o camarada Arnaldo Gonçalves partiu! Nenhuma retrospectiva honesta do movimento sindical brasileiro nos últimos 50 anos pode menosprezar seu papel e ativismo. Foi dirigente e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, atuou na Federação dos Metalúrgicos de São Paulo, na CNTI, foi organizador das Conclats, membro da Comissão Nacional pró-CUT, fundador da CGT, da CGTB, da Força Sindical, onde atuou muitos anos na área de saúde e segurança do trabalho, foi dirigente da UIS-Metal, vinculada à Federação Sindical Mundial, membro do Comitê Central do PCB eleito no 7° Congresso, da Seção Sindical do partido, do Instituto Cultural Roberto Morena. Uma vida dedicada à luta dos trabalhadores pelos seus direitos, pela democracia e pela emancipação”.
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