Parada LGBT: um movimento crescente

18 jun 2019 . 13:46

Todos os anos a Parada LGBT busca dar visibilidade à luta contra os preconceitos e pelos direitos civis para gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (LGBT). Ela ocorre em várias cidades do mundo: Amsterdã, Berlim, Jerusalém, Lisboa, Nova Iorque, Paris, São Francisco etc.

Em São Paulo a Parada acontece desde 1996. No primeiro ano o ato foi na Praça Roosevelt e reuniu cerca de 300 pessoas. Nos primeiros anos não havia nenhum órgão oficial responsável pela realização do evento. A Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (APOGLBT) só foi criada em 1998, assumindo a organização da Parada a partir de 1999.

De 1996 até 2008 a Parada cresceu numa progressão impressionante. O marco de um milhão de participantes foi atingido em 2003 e a consagração como a maior do mundo veio no ano seguinte, quando aproximadamente um milhão e oitocentos mil pessoas acompanharam a manifestação em São Paulo.

Infelizmente esse dado não corresponde à mesma proporção do declínio da homofobia no país, que está entre os mais homofóbicos e mais violentos neste quesito do mundo, mas pode servir como termômetro da expansão da luta democrática e humanista pelos direitos dos homossexuais e contra os preconceitos cultivados durante séculos a fio na sociedade.

Com tal capacidade de mobilização, a APOGLBT passou a pressionar o poder público para a execução de políticas direcionadas à comunidade gay. Com isso conseguiu inserir a batalha contra a homofobia e pelos direitos dos homossexuais como parte integrante da construção da democracia brasileira. Este movimento mostrou resultados significativos e ganhou o apoio de autoridades, lideranças políticas e sociais e personalidades do mundo da cultura e da ciência.

O principal foco de reivindicação se dá em torno da luta contra a discriminação e a homofobia. No âmbito do governo federal merece destaque o projeto “Brasil sem Homofobia”, lançado em 2004 com o intuito de promover o direito à cidadania para os homossexuais.

Nos últimos anos caiu o número de participantes da Parada, chegando à cerca de 600 mil participantes , segundo a polícia militar, em 02 de junho de 2013. Embora seja um público mais reduzido, que ainda é muito grande, o evento já garante seu espaço na agenda municipal e nos meios de comunicação, reforçando, pouco a pouco, uma mentalidade social democrática e livre de preconceitos.

Em 2018 o evento foi teve forte viés político e contou com a presença da arquiteta Mônica Tereza Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada no Rio em março daquele ano. O vereador paulista Gilberto Natalini (PV) e o deputado federal Orlando Silva (PC do B) também participaram.

No dia 13 de junho de 2019 O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerada um crime.

Confira os temas das Paradas entre 1997 e 2018 (a primeira, de 1996, não teve um tema definido):

1997 – “Somos muitos, estamos em todas as profissões”.
1998 – “Os direitos de gays, lésbicas e travestis são direitos humanos”.
1999 – “Orgulho gay no Brasil, rumo ao ano 2000”.
2000 – “Celebrando o Orgulho de Viver a Diversidade”.
2001 – “Abraçando a Diversidade”.
2002 – “Educando para a Diversidade”.
2003 – “Construindo Políticas Homossexuais”.
2004 – “Temos Família e Orgulho”.
2005 – “Parceria civil, já. Direitos iguais! Nem mais nem menos”.
2006 – “Homofobia é Crime! Direitos Sexuais são Direitos Humanos”.
2007 – “Por um mundo sem Racismo, Machismo e Homofobia”.
2008 – “Homofobia Mata! Por um Estado Laico de Fato”.
2009 – “Sem Homofobia, Mais Cidadania – Pela Isonomia dos Direitos!”.
2010 – “Vote Contra a Homofobia: Defenda a Cidadania!”.
2011 – “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!”.
2012 – “Homofobia tem cura: educação e criminalização”.
2013 – “Para o armário nunca mais – União e conscientização na luta contra a homofobia”.
2014 – “País vencedor é país sem homolesbostranfobia: chega de mortes! Criminalização já!”.
2015 – “Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim: respeitem-me”
2016 – “Lei de identidade de gênero, já! – Todas as pessoas juntas contra a Transfobia!”.
2017 – “Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei! Todas e todos por um Estado Laico”.
2018 – “Poder para LGBTI+, Nosso Voto, Nossa Voz”.

 

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