Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain)

02 maio 2012 . 11:30

Em uma época dourada da vida urbana, Gene Kelly se permite brincar. A chuva ainda era símbolo de transparência, transcendência, de infância.

FONTE: Carolina Maria Ruy

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Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain)
1951, EUA
Stanley Donen e Gene Kelly
Com Gene Kelly, Jean Hagen, Debbie Reynolds, Donald O’Connor

Estados Unidos, final da década de 20, Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) dois famosos astros do cinema mudo em Hollywood, são fonte de fantasia e matéria prima de ilusões.
Logo no início, Don, ao pisar no tapete vermelho, rodeado por fãs e por fotógrafos, conta como iniciou sua carreira, passando por dublê até chegar a ator de Hollywood. Com um discurso típico dos astros de cinema, as imagens apresentadas em flashbacks, mostram que ele distorce a realidade a seu favor. Don diz que sempre foi o mocinho, mas esconde que passou por maus momentos até chegar ao estrelato.
Este trecho revela o tom satírico e paródico que permeia o filme.
Don e Lina vêem-se diante de uma novidade que mudará totalmente a situação de ambos: a introdução da fala no cinema. As novas tecnologias propiciam a inserção de ruídos e diálogos nos filmes que, até então, eram “mudos”.
Na realidade, por causa da voz, muitos atores do cinema mudo não se adaptaram ao cinema falado. No filme, enquanto Lockwood busca saídas criativas para esta nova fase, Lamont, com uma voz estridente, procura brechas para blefar.
A estampa bela, sensual e glamourosa da atriz contrastam com sua personalidade irritante e sua falta de caráter. Neste sentido o filme aborda, ainda que grosso modo, a equação aparência X essência. Tema pueril e recorrente no escopo moral da cultura hollywoodiana, sobretudo da década de 1950.
Como contraponto a Lina, surge Kathy Selden (Debbie Reynolds). Uma mulher mais simples, mas íntegra, e com talentos que vão da além de sua beleza angelical. A “nova” mulher, já na década de 1950, começava a fazer parte do jogo.
E assim o filme nos embala, numa romântica e inspiradora coreografia.
Mais do que tratar da passagem do cinema mudo para o cinema falado, Cantando na Chuva é, em si mesmo, parte da história do cinema. Leve e bem humorado, ele brinca com a metalinguagem, revelando bastidores, cenários e gravações. E trata, com graça, dessa difícil transição do cinema, vivida na década de 1920.
Cantando na Chuva é um filme que tem o dom de rir de si mesmo.

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