21 jun 2012 . 18:17
As artes plásticas na formação do professor
Mazé Leite
No primeiro capítulo desta obra, a título de exemplo, a autora vasculha os tempos remotos em que os homens garatujaram seus sonhos, medos e deslumbramentos nas paredes das cavernas. Porém, sem perder de vista que esse homem é um personagem mutante no eixo do tempo, comparecem em suas análises com foco na arte elementos de sociologia, com o que ficam contextualizados de maneira perspicaz os assuntos, sempre tratados à luz das estruturas sociais pelas quais os indivíduos lutaram ou contra as quais se insurgiram.
No segundo capítulo a autora apresenta ao leitor as possibilidades de acesso ao patrimônio imaterial da humanidade, que pode estar acondicionado em museus, mas que igualmente pode estar, e com frequência está, distribuído pela paisagem urbana (que o digam a cidade italiana de Florença, verdadeiro museu a céu aberto, e, no Brasil, as nossas cidades históricas mineiras).
A propósito de viagens a cidades como Paris ou Berlim, Rio de Janeiro ou Curitiba, e a diversos museus da Europa ou do Brasil, Mazé Leite demonstra como o espírito aberto e os olhos atentos podem contribuir, e muito, para a formação de nossos estudantes, particularmente de grandes e médias cidades, para os quais visitas a museus organizadas por escolas se vão tornando, felizmente, prática recorrente.
No terceiro capítulo, têm lugar reflexões sobre métodos e técnicas empregadas pelos artistas para expressar emoções e sentimentos, a partir de diversos formatos de texto, que vão da resenha crítica ao ensaio, passando pela entrevista e pelo texto com sabor de crônica o que torna sua leitura um verdadeiro prazer. Aqui, não se está no domínio exclusivo das artes plásticas, mas na dimensão dela que faz fronteira não com os saberes do especialista, mas com o do observador, do leitor de obras visuais.
Isso se justifica em razão de que a consciência crítica só se desenvolve no espírito a partir de um aprofundamento necessário de leitura para o qual concorrem habilidades de observação, de comparação, de extrapolação, de ajuizamento melhor exercidas quando explicitados os meios de produção dos próprios textos visuais.
Porém, todos sabem o quanto os artistas desenvolvem verdadeiros idiomas próprios para comunicar-se. Por isso, Mazé Leite, no quarto capítulo, visita importantes artistas plásticos europeus, americanos inclusive brasileiros e orientais. Dos clássicos aos contemporâneos, o leitor tem em mãos aspectos biográficos, estéticos e mesmo filosóficos mobilizados por esses artistas para expressar seu tempo ou negá-lo.
Sobre a autora: Mazé Leite é artista plástica, bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo, e faz pesquisa em História da Arte. Estudou pintura na Sociedade Brasileira de Belas Artes, no Rio de Janeiro, na década de 1980. Passou pelo atelier de Feres Khoury e Louise Weiss, no começo da década de 1990. Pertence atualmente ao Atelier de Arte Realista de Maurício Takiguthi, em São Paulo. Também participou de workshop de pintura e oficinas de desenho em Paris, França, em 2011. Vem visitando museus em vários países, com finalidade de pesquisa, como Holanda, Polônia, Alemanha, Espanha, Portugal, França e Argentina. Desde 2009, mantém este blog onde escreve sobre artes plásticas e tem colaborado com diversas revistas e sites com textos sobre arte.
(Os editores)
Os interessados em adquirir o livro, podem escrever diretamente para a autora, através do e-mail:mazehsp@gmail.com.
As artes plásticas na formação do professor uma perspectiva interdisciplinar
Mazé Leite
Editora: Plêiade, 2012
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