02 maio 2012 . 12:20
Conhecido pelo clássico Cinema Paradiso, de 1988, o cineasta italiano Giuseppe Tornatore retoma o mesmo tom nostálgico e sentimental em um filme autobiográfico, que perpassa 40 anos de história. Em 1988 ele retratou a paixão pelo cinema. Neste, de 2009, ele releva sua paixão pela política e pela sua terra natal, a Baaria, subúrbio de Palermo, na Sicília (Itália).
FONTE: Carolina Maria Ruy
Baarìa – A Porta do Vento
2009, Itália/França
Giuseppe Tornatore
Com Francesco Scianna e Margareth Madé
Na década de 1930 Peppino Torrenuova é uma criança, da vila rural de Baaria. O menino cresce junto com sua terra, que ganha construções e organização urbana. Neste processo ele vivencia o drama da Segunda Guerra Mundial, com a emergência do fascismo na Itália, e a ação do Partido Comunista Italiano: a luta pela reforma agrária, a organização dos operários, reuniões no Comitê Central e a visita à Moscou, numa época em que havia esta integração promovida pela Internacional Comunista.
Sedutor, o filme trata de maquiar temas polêmicos ou debates acalorados, tendo sido acusado de anticomunista e de suavizar os graves conflitos como o analfabetismo, a pobreza e o papel da Democracia Cristã, do comunismo e do socialismo, ao lado da máfia, na Sicília. Além disso, como em A Vida é Bela (Roberto Benigni), o diretor faz menção ao exército estadunidense, como agente de libertação da Sicília na época da guerra (polêmico).
Entretanto, seu valor é grande pela atenção e o cuidado com que retrata a vida de trabalhadores simples, incorporando-a às transformações que vivemos no período em questão. Em Baarìa, a história corre como o vento.
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