02 maio 2012 . 12:23
Violento como uma doença mental, trágico como uma ópera, sem deixar de ser belo, o filme Cisne Negro está mais para o psicológico do que para o social. Mas a linha que separa os dois aspectos é tênue e muitas vezes se interligam, desfiando o drama psicológico no convívio social. E pode se extrair do filme uma alegoria sobre relações sociais pautadas, sobretudo, pela lógica do mercado de trabalho.
FONTE: Carolina Maria Ruy
Cisne Negro (Dark Swan)
2010, EUA
Darren Aronofsky
Com Natalie Portman, Mila Kunis, Winona Ryder, Vincent Cassel
Neste sentido, Cisne Negro joga luz nos cantos mais obscuros da disputa. As bailarinas da Companhia e a relação da protagonista com a mãe definem um ambiente essencialmente feminino. O filme mostra que o sucesso profissional e social das mulheres tem um preço altíssimo: inveja, pressão, perfeccionismo, violação, assédio etc.
O drama da bailarina Nina pode parecer singelo. Seu erro é comum. Mas é também uma armadilha perigosa: deixar-se levar pelas intrigas e opiniões maldosas. Pior do que isso, exagerá-las.
O espectador pode concluir que seria simples se ela mantivesse o foco em seu trabalho e, no mais, descontraísse. Mas não é sem dor que se atravessa o caminho até a idade adulta. A perfeição da técnica é uma arena mais segura do que a arena da liberdade.
Mas ela estará sempre sujeita à aprovação e, sozinha, nunca será capaz de ser completa.
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