13 mar 2015 . 10:04
Hair
EUA, 1979
Milos Forman
Com John Savage, Treat Williams, Beverly D’Angelo
O embate entre o conservadorismo e a contra cultura, que explodia em reação à entrada dos EUA na Guerra do Vietnã, em 1965, dá o tom de Hair.
Claude Bukowski, o sério, pacato e provinciano jovem da zona rural de Oklahoma parte para Nova York a fim de se apresentar ao Exército para servir na Guerra do Vietnã. Naquele momento servir ao seu país é o único caminho que ele enxergava, mesmo que aquilo pudesse lhe custar sua vida.
Por Carolina Maria Ruy
Na cena seguinte surgem jovens nova-iorquinos, da mesma faixa etária, mas de estilo contrastante ao de Bukowski. Libertários, esfarrapados, cabeludos, para eles a guerra entre os Estados Unidos e a República do Vietnã, que pesava sobre a realidade, era o próprio descaminho.
Perdido na grande cidade o primeiro se aproxima, ao acaso, do grupo de hippies. Segue-se daí um caleidoscópio musical que cada vez mais envolve o jovem de Oklahoma, abrindo a ele a possibilidade de conhecer novos rumos.
Mas mais do que uma obra sobre o movimento hippie Hair trata do despreparo dos jovens para a guerra. A tropa marchando em direção ao avião que seguirá ao campo de batalha, no conflito final, dá um novo sentido ao filme.
Na tristeza estampada no semblante dos soldados vemos que toda aquela preparação a que são submetidos não basta, e entendemos que nenhum jovem está realmente preparado para matar ou morrer na guerra.
Carolina Maria Ruy é jornalista, coordenadora de projetos do Centro de Memória Sindical.
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