02 maio 2012 . 10:43
Ilusionismo é acreditar que a animação “O Mágico” vai te deixar animado. O filme justifica o termo “depressão econômica”. Conceito que se estende da economia à saúde social e mental daqueles que são afetados por ela.
FONTE: Carolina Maria Ruy
O Mágico (L’Illusionniste)
França Inglaterra, 2010
Sylvain Chomet
Na década de 1950 a glória do Mágico, é roubada pelo hipnotismo avassalador da indústria cultural. A televisão e o rock´n´rol emergem na esteira da autoafirmação das metrópoles, com sua dinâmica veloz e sua aura tecnológica. Neste contexto o trabalho artesanal do ilusionista passa a ser considerado uma diversão velha e triste.
As imagens doces do filme nos iludem. O desenho é elaborado com ingredientes para um paladar adulto. Para falar sobre o processo de extinção de algumas profissões os franceses carregam no baixo astral, dissecam o abandono, mergulham na solidão. A elegância do desenho e o charme do ofício embalam o típico existencialismo burguês dos franceses. Uma filosofia centrada no indivíduo, em seus dramas, em sua miserável condição humana.
O Mágico se desenvolve através do embate entre o velho e o novo. O protagonista se ajusta, ainda que desajustadamente, no novo mundo. Seu velho trabalho, que transitava entre o teatral e o circense, é engolido pela nova razão utilitária do mercado. Engolido por um cotidiano produzido em série. Por um mundo massificado.
O filme, enfim, aborda um tema importante. Uma condição dramática imposta pelo mundo capitalista: ofícios que, com o avanço da modernidade, passam a não ter mais serventia. Mas se perde na subjetividade.
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