02 maio 2012 . 17:42
1976, EUA Alan Pakula Elenco: Robert Redford (Bob Woodward); Dustin Hoffman (Carl Bernstein); Jason Robards (Ben Bradlee); Hal Holbrook (Deep Throat); Frank Wills, o segurança do Watergate que chama a polícia, interpretado por ele mesmo.
FONTE: Carolina Maria Ruy
Em 1972, Richard Nixon, do Partido Republicano dos Estados Unidos da América, que já havia sido presidente daquele país em 1968, buscou a reeleição. A vitória de Nixon sobre o senador democrata George McGovern foi esmagadora. Um caso emblemático de corrupção, entretanto, marcou esta campanha presidencial. O caso, que ficou conhecido como Watergate foi deflagrado quando cinco pessoas foram detidas ao tentarem fotografar documentos e instalar aparelhos de escuta no escritório do Partido Democrata.
Tal escândalo político foi descoberto e denunciado pelo jornal Washington Post em 18 de Junho de 1972. Os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, seguiram as pistas, estabeleceram as ligações entre a Casa Branca e o assalto ao edifício de Watergate e chegaram ao veredicto. Eles foram informados por uma pessoa conhecida apenas por Garganta profunda (Deep Throat) que revelou que o presidente sabia das operações ilegais. O filme Todos os homens do presidente re-cria a situação com muita categoria e inteligência. Carl Bernstein (Dustin Hoffman), um jornalista experiente, entra fundo nas investigações. Tanto Bernstein quanto Woodward fazem uma pesquisa minuciosa de cada detalhe, cada pessoa, cada objeto que possa estar envolvido no caso.
O primeiro contato no filme entre Bob e Carl é quando este último refez o texto do novato. Bernstein já estava há algum tempo para entrar na cobertura do caso Watergate. Iria, na verdade, ser demitido, mas recebeu uma nova chance de seu chefe. Ao contrário de Robert, Carl era desorganizado, desleixado com a aparência e menos metódico. Bob, por sua vez, primava pelos fatos e sabia que somente com eles teria, como profissional, autoridade em seus textos. É ele que, em certa altura, diz a Carl, que titubeava sobre a profundidade das investigações: “Não fale em sorte, fale em fatos ou cale-se”.
A redação em que se passa o filme é a original do The Washington Post. Lá, imersos em uma monotonia, trabalham vários jornalistas, distribuídos em suas mesas. Muitos deles são fumantes e datilografam em máquinas, como se fazia nos anos 1970. O despojamento da redação do jornal mostra o dinamismo e o frisson da profissão. É o lugar das idéias, da informação e da formação de opinião.
Mas o jornalismo retratado no filme deixou de ser típico. Hoje, com as novas tecnologias, a circulação de informações perdeu seu fetiche. Mas, mesmo atualmente o trabalho de Bob e Carl seria admirável. Eles buscaram notícias onde ninguém as via e onde nem sabia que poderiam ser encontradas. Eles sabiam que muitos nomes de sua longa lista teriam coisas a dizer, mas não sabiam o quão frutíferas seriam para o caso.
O roteiro do filme foi criado através do livro escrito pelos dois jornalistas do Washington Post.
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