02 maio 2012 . 13:39
2001: Uma odisséia no espaço (2001: A Space Odyssey) EUA, 1968 Stanley Kubrick
“2001 Uma odisséia no espaço” é um filme que faz jus à máxima de que os clássicos não envelhecem. O passar dos quarenta anos, completos em 2008 desde seu lançamento, o engrandeceu ainda mais.
Na ficção cientifica de Stanley Kubrick a imagem do futuro não virou uma fantasia. 2001 é conduzido por uma austeridade e por uma percepção do caminho que o homem já começava a perseguir nos anos de 1960.
À frente de seu tempo, o filme conta a história de uma missão espacial em Júpiter, antes mesmo de o homem chegar à Lua (em 1969). Não por acaso, pois foi rodado em plena guerra fria (1945 a 1991), numa época em que os Estados Unidos e a União Soviética disputavam os avanços armamentistas empenhando-se nas missões espaciais.
O ritmo arrastado com o qual o enredo se desenrola nos introduz em um clima lento e impreciso, simulando a falta da pressão da força da gravidade. A sobriedade e clareza dos personagens, os olhares atentos, o som da respiração dos astronautas no vazio, enfim, tudo é pensado de modo a recriar um ambiente dominado pela física e pela matemática. Sua extrema racionalidade, entretanto, está longe de ser desencantada. Ao contrário, a dança das formas, das cores, dos sons e do silêncio se traduz numa vertigem hipnotizante. Exaltando a beleza das formas geométricas e da música clássica o filme explora os limites da técnica, da perfeição e da harmonia. O filme é uma reflexão sobre o homem, sobre sua relação com a natureza e sobre o conceito essencial do trabalho.
Se seu objetivo fosse apenas mostrar máquinas engenhosas e uma previsão do futuro, qual seria o significado de abordar a pré-história do homem, quando nossos ancestrais começaram a manusear objetos e usá-los para suas necessidades diárias? E ainda, se a intenção fosse somente expor os avanços tecnológicos, por que a história enveredaria por uma tensão entre o computador e o homem, quando o super computador “HAL 9000″ decide se vingar da tripulação ao notar que seria desligado?
Ao representar o momento em que os primatas passam a usar pedaços de madeira e de ossos como ferramentas, revelando as primeiras demonstrações concretas de consciência e de planejamento, e, ao saltar destes primeiros passos evolutivos para uma avançada sofisticação tecnológica, que permite ao ser humano explorar além dos limites de seu próprio planeta, o filme trata, fundamentalmente, da capacidade humana de raciocinar, elaborar e criar.
Ao descobrir a possibilidade de usar objetos rudimentares como ferramentas o homem deu um passo no sentido de desenvolver habilidades físicas e cognitivas e equipamentos mais complexos. A criação da roda, por exemplo, possibilitou muito mais tarde a criação do automóvel, que se sofisticou em inúmeras outras criações que podemos ver hoje.
Esta capacidade de elaborar que o homem, como mostra o filme, desenvolveu, está na base do conceito do trabalho. Isso pode parecer estranho pois a idéia de trabalho hoje em dia remonta a um sistema consolidado, que muitas vezes distancia o trabalhador do que se pode chamar de elaboração e processo criativo. O trabalho, dentro do vigente modo de produção, evoluiu para uma forma alienante, em que o trabalhador é colocado como uma peça em um processo que ele não domina. Mas a idéia de trabalho sempre está ligada ao esforço humano de inventar e produzir. Mesmo neste trabalho alienante, por mais injusto que ele seja, há um processo produtivo em curso. O trabalho, desta forma, não é apenas o esforço repetitivo e cansativo de uma linha de produção. Em suas múltiplas facetas ele pode ser um ato criativo e de emancipação humana. 2001, Uma odisséia no espaço coloca no centro de sua argumentação o conceito mais elementar de trabalho e o quociente da responsabilidade do homem pela sua própria evolução.
Já se vão oito anos do ano de 2001. Muito do que está no filme se verificou na prática. A tecnologia foi ainda muito mais longe do que imaginou o cineasta Kubrick. O homem, entretanto, continua a ficar perplexo ante ao desconhecido. O futuro não significou um completo conhecimento da realidade e domínio da natureza. Ao contrário, muitas outras questões surgiram e a natureza cobra pela ganância humana.”2001 Uma odisséia no espaço” é um filme que faz jus à máxima de que os clássicos não envelhecem. O passar dos quarenta anos, completos em 2008 desde seu lançamento, o engrandeceu ainda mais.
Na ficção cientifica de Stanley Kubrick a imagem do futuro não virou uma fantasia. 2001 é conduzido por uma austeridade e por uma percepção do caminho que o homem já começava a perseguir nos anos de 1960.
À frente de seu tempo, o filme conta a história de uma missão espacial em Júpiter, antes mesmo de o homem chegar à Lua (em 1969). Não por acaso, pois foi rodado em plena guerra fria (1945 a 1991), numa época em que os Estados Unidos e a União Soviética disputavam os avanços armamentistas empenhando-se nas missões espaciais.
O ritmo arrastado com o qual o enredo se desenrola nos introduz em um clima lento e impreciso, simulando a falta da pressão da força da gravidade. A sobriedade e clareza dos personagens, os olhares atentos, o som da respiração dos astronautas no vazio, enfim, tudo é pensado de modo a recriar um ambiente dominado pela física e pela matemática. Sua extrema racionalidade, entretanto, está longe de ser desencantada. Ao contrário, a dança das formas, das cores, dos sons e do silêncio se traduz numa vertigem hipnotizante. Exaltando a beleza das formas geométricas e da música clássica o filme explora os limites da técnica, da perfeição e da harmonia. O filme é uma reflexão sobre o homem, sobre sua relação com a natureza e sobre o conceito essencial do trabalho.
Se seu objetivo fosse apenas mostrar máquinas engenhosas e uma previsão do futuro, qual seria o significado de abordar a pré-história do homem, quando nossos ancestrais começaram a manusear objetos e usá-los para suas necessidades diárias? E ainda, se a intenção fosse somente expor os avanços tecnológicos, por que a história enveredaria por uma tensão entre o computador e o homem, quando o super computador “HAL 9000” decide se vingar da tripulação ao notar que seria desligado?
Ao representar o momento em que os primatas passam a usar pedaços de madeira e de ossos como ferramentas, revelando as primeiras demonstrações concretas de consciência e de planejamento, e, ao saltar destes primeiros passos evolutivos para uma avançada sofisticação tecnológica, que permite ao ser humano explorar além dos limites de seu próprio planeta, o filme trata, fundamentalmente, da capacidade humana de raciocinar, elaborar e criar.
Ao descobrir a possibilidade de usar objetos rudimentares como ferramentas o homem deu um passo no sentido de desenvolver habilidades físicas e cognitivas e equipamentos mais complexos. A criação da roda, por exemplo, possibilitou muito mais tarde a criação do automóvel, que se sofisticou em inúmeras outras criações que podemos ver hoje.
Esta capacidade de elaborar que o homem, como mostra o filme, desenvolveu, está na base do conceito do trabalho. Isso pode parecer estranho pois a idéia de trabalho hoje em dia remonta a um sistema consolidado, que muitas vezes distancia o trabalhador do que se pode chamar de elaboração e processo criativo. O trabalho, dentro do vigente modo de produção, evoluiu para uma forma alienante, em que o trabalhador é colocado como uma peça em um processo que ele não domina. Mas a idéia de trabalho sempre está ligada ao esforço humano de inventar e produzir. Mesmo neste trabalho alienante, por mais injusto que ele seja, há um processo produtivo em curso. O trabalho, desta forma, não é apenas o esforço repetitivo e cansativo de uma linha de produção. Em suas múltiplas facetas ele pode ser um ato criativo e de emancipação humana. 2001, Uma odisséia no espaço coloca no centro de sua argumentação o conceito mais elementar de trabalho e o quociente da responsabilidade do homem pela sua própria evolução.
Já se vão oito anos do ano de 2001. Muito do que está no filme se verificou na prática. A tecnologia foi ainda muito mais longe do que imaginou o cineasta Kubrick. O homem, entretanto, continua a ficar perplexo ante ao desconhecido. O futuro não significou um completo conhecimento da realidade e domínio da natureza. Ao contrário, muitas outras questões surgiram e a natureza cobra pela ganância humana.
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