15 ago 2022 . 02:08
Armênio Guedes, Mucugê (Bahia), 30/05/1918 — São Paulo SP), 12/03/2015. Jornalista
Nascido em 30 de maio de 1918, Armênio Guedes, natural de Mucugê, na Bahia, mudou-se para Salvador com sua família quando tinha apenas três anos. Seu interesse precoce pelas ciências jurídicas foi estimulado pelo pai, levando-o a iniciar seus estudos nessa área. Aos dezesseis anos, ingressou na Faculdade de Direito da Bahia, onde teve seu primeiro contato com as ideias comunistas através de seu irmão mais velho, Enéas. Em 1935, aos dezessete anos, filiou-se ao grupo baiano do Partido Comunista do Brasil (PCB).
Em 1941, diante da perseguição do Estado Novo de Getúlio Vargas aos comunistas, Armênio Guedes fugiu para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro. Durante esse período, com líderes comunistas presos, ele desempenhou um papel crucial na organização da Conferência da Mantiqueira, em 1943, que efetivamente reestruturou o PCB.
Após a queda de Getúlio Vargas em 1945, o PCB foi legalizado e Armênio se tornou parte do quadro profissional do partido, servindo como secretário particular de Luís Carlos Prestes, o secretário geral. No entanto, a legalidade foi breve, e o partido foi logo cassado, assumindo uma linha mais radical.
Em 1952, Armênio Guedes foi para Moscou para tratar de sua saúde debilitada, onde viveu por três anos. Durante esse período, testemunhou os eventos que se seguiram à morte de Stalin e à denúncia dos crimes do stalinismo por Nikita Khrushchov no vigésimo Congresso do Partido Comunista Soviético.
De volta ao Brasil, tornou-se um dos principais articuladores da Declaração de Março em 1958, que enfatizava a democracia como objetivo da ação política do PCB. Ele continuou sua militância mesmo durante os anos de repressão do governo militar, permanecendo clandestino no Brasil até 1971.
Após um breve período no Chile, Armênio Guedes se exilou na França em 1973, onde continuou seu ativismo político ao lado de outros exilados brasileiros. Ele retornou ao Brasil em 1979 com a Lei de Anistia, mas rompeu com o PCB em 1986 devido a divergências ideológicas.
Armênio Guedes faleceu em São Paulo no ano de 2015, encerrando assim uma vida de cinquenta anos de militância comunista. Em reconhecimento ao seu legado, recebeu o título de Cidadão Paulistano em 30 de março de 2012.
Fonte: Lideranças Políticas
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