15 ago 2022 . 02:50
Graciliano Ramos de Oliveira, Quebrangulo (AL), 27/10/1892 – Rio de Janeiro (RJ), 20/03/1953. Escritor
Graciliano Ramos (1892-1953) foi um aclamado escritor brasileiro, considerado uma das vozes mais importantes do movimento literário modernista. Nascido em Quebrângulo, pequena cidade do estado de Alagoas, Ramos teve uma infância marcada pela pobreza e pelas dificuldades enfrentadas pela população nordestina.
Apesar das adversidades, Graciliano Ramos desenvolveu um amor pela literatura desde cedo, autodidata, lia avidamente e escrevia contos e crônicas. Em 1930, publicou seu primeiro romance, “Caetés”, que trazia uma abordagem crítica sobre as relações sociais na pequena cidade alagoana.
No entanto, foi com a obra “Vidas Secas”, publicada em 1938, que Graciliano Ramos alcançou notoriedade nacional e internacional. Esse romance retrata a dura realidade do sertão nordestino e as condições precárias enfrentadas por uma família de retirantes, tornando-se um marco na literatura brasileira. A obra reflete a sensibilidade do autor ao abordar temas como pobreza, seca, injustiça social e desigualdade.
Ao longo de sua carreira, Graciliano Ramos produziu outras obras importantes, como “São Bernardo” (1934), que retrata a saga de um latifundiário autoritário e implacável, e “Angústia” (1936), uma narrativa densa e psicológica sobre as angústias e conflitos de um funcionário público. Suas obras são marcadas por uma linguagem seca, concisa e uma visão crítica das relações humanas.
Além de escritor, Graciliano Ramos também foi político, exercendo o cargo de prefeito de Palmeira dos Índios, em Alagoas, entre 1927 e 1930. Sua atuação política e seu engajamento em causas sociais influenciaram sua escrita, trazendo à tona a preocupação com as questões sociais e a desigualdade no Brasil.
Graciliano Ramos foi um dos escritores mais traduzidos e adaptados para o cinema no Brasil. Suas obras alcançaram reconhecimento internacional, e ele recebeu o Prêmio da Fundação William Faulkner, nos Estados Unidos, pelo romance “Vidas Secas”. Sua escrita única e suas histórias poderosas continuam a inspirar leitores e estudiosos da literatura, consolidando seu legado como um dos grandes nomes da literatura brasileira do século XX.
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