Carreira e Influência
Artigas iniciou sua carreira no fim dos anos 1930 e logo se associou a movimentos progressistas e modernistas que defendiam uma nova linguagem arquitetônica no Brasil, inspirada em princípios do funcionalismo e nas ideias do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Ele colaborou com grandes nomes da arquitetura moderna brasileira, como Oscar Niemeyer e Affonso Eduardo Reidy.
Nos anos 1950, Vilanova Artigas foi um dos fundadores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), onde também lecionou por décadas, influenciando gerações de arquitetos. Sua concepção de ensino estava fortemente ligada à prática e à participação ativa dos alunos na construção do conhecimento.
Estilo e Obras
O estilo de Artigas é caracterizado por uma forte influência do brutalismo, com ênfase no uso de concreto aparente, grandes vãos livres e integração entre espaços internos e externos. Seus projetos não apenas visavam atender às necessidades funcionais dos usuários, mas também tinham uma preocupação social, sendo muitos deles projetados para instituições públicas e educacionais.
Entre suas obras mais emblemáticas estão o edifício da FAU-USP (1961-1969), um marco da arquitetura brasileira, onde o espaço fluido, os grandes vãos e a transparência das fachadas refletem suas preocupações com a democratização do espaço e a relação entre os usuários. Outros projetos notáveis incluem o Estádio do Morumbi, em São Paulo, o conjunto habitacional Zezinho Magalhães Prado (Serra do Mar) e várias escolas públicas na capital paulista.
Engajamento Político
Artigas também foi politicamente engajado. Ele era membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e, durante a ditadura militar (1964-1985), foi perseguido por suas posições políticas. Em 1969, foi aposentado compulsoriamente de sua posição na USP e exilado por um período. Retornou ao Brasil nos anos 1970 e reassumiu sua carreira acadêmica, sempre mantendo uma postura crítica em relação ao regime autoritário.
Legado
O legado de Vilanova Artigas vai além de suas obras arquitetônicas. Ele deixou uma marca profunda no ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil, sendo lembrado por sua defesa de uma arquitetura comprometida com as questões sociais e urbanas do país. Seu trabalho continua a inspirar arquitetos e estudantes, especialmente por sua capacidade de aliar inovação técnica, estética e funcionalidade em projetos que dialogam com as demandas de uma sociedade mais justa e democrática.
Artigas faleceu em 1985, mas sua influência permanece viva tanto na arquitetura quanto no pensamento urbanístico brasileiro.