Luís Gama

15 ago 2022 . 03:06

Luís Gama, Salvador (BA), 21/06/1830 – São Paulo (SP), 24/08/1882. Advogado, abolicionista

Filho de uma africana livre com um fidalgo português, Luiz Gama foi vendido aos 10 anos pelo próprio pai, que buscava dinheiro para quitar dívidas de jogos. Assim acabou chegando em São Paulo, onde aprendeu a ler e escrever aos 17 anos com a ajuda de um estudante de Direito e recuperou sua liberdade judicialmente.

Para Cinthia Gomes, jornalista que estudou Luiz Gama em sua tese de mestrado, ele “foi um homem que utilizou todos os recursos e ferramentas disponíveis no seu tempo a favor da luta pela libertação dos corpos negros, da emancipação de mentes e da humanidade”.

Autodidata, poeta, jornalista, maçom e advogado, ficando conhecido como “Advogado dos Escravos”.

Alistou-se e serviu na Força Pública da Província de S. Paulo, chegando a cabo. Foi excluído por insubordinação. Também laborou como amanuense da Secretaria de Polícia e, transcorridos alguns anos, foi demitido “a bem do serviço público”, por retaliação política, especialmente pelos ideais que preconizava.

Dedicou-se, com afinco, ao estudo jurídico. Todavia, sem frequentar academias. Escrevia artigos em periódicos abolicionistas. Segundo os juristas Lenio Luiz Streck e João Linhares (em Luiz Gama: um legado de luta por democracia, liberdade e igualdade), Gama “defendia os “desgraçados”, os “desvalidos”, os “míseros cativos” gratuitamente e publicava nos jornais que pegaria as causas em nome da liberdade, sem ônus para os representados — advocacia pro bono. E, nesse diapasão, logrou êxito em libertar centenas deles! Com certeza, foram mais de 500; fala-se em até 800. Há casos de escravos libertados”.

Ainda segundo os juristas “Não cursou Direito porque era negro. Mas aprendeu Direito na luta”.

Fontes:

Conjur, Lenio Luiz Streck e João Linhares, Luiz Gama: um legado de luta por democracia, liberdade e igualdade

Escola de Comunicação e Artes, Gabriela Schatz, LUIZ GAMA, O ABOLICIONISTA QUE SONHAVA COM UM PAÍS “SEM REIS E SEM ESCRAVOS”