Tarsila do Amaral

15 ago 2022 . 02:55

Tarsila do Amaral, Capivari (SP), 01/09/1886 — São Paulo (SP), 17/01/1973. Pintora

Tarsila do Amaral nasceu no Município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, ‘Sagrado Coração de Jesus’, em 1904. Quando voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve a única filha, Dulce.

Separaram-se alguns anos depois e então iniciou seus estudos em arte. Em 1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien e com Émile Renard. Ficou lá até junho de 1922 e soube da Semana de Arte Moderna (que aconteceu em fevereiro de 1922) através das cartas da amiga Anita Malfatti.

Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista e Tarsila começou a namorar o escritor Oswald de Andrade. Formaram o grupo dos cinco: Tarsila, Anita, Oswald, e os escritores Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Agitaram culturalmente São Paulo com reuniões, festas, conferências. Tarsila disse que entrou em contato com a arte moderna em São Paulo, pois antes ela só havia feito estudos acadêmicos.

Tarsila disse que foi em Minas que ela viu as cores que gostava desde sua infância, mas que seus mestres diziam que eram caipiras e ela não devia usar em seus quadros.

Além do tema e das cores, Tarsila trouxe a técnica do cubismo aprendida em Paris para os seus trabalhos. Esta fase da sua obra é chamada de Pau Brasil, e temos quadros maravilhosos como ‘Carnaval em Madureira’, ‘Morro da Favela’, ‘O Mamoeiro’, ‘O Pescador’, dentre outros. Ainda desta viagem a artista fez uma das suas melhores séries de desenhos que inspirou Oswald no livro de poesias intitulado Pau-Brasil, e Cendrars no livro Feuilles de route – Le formose.

Em 1931, já com novo namorado, o médico comunista Osório Cesar, Tarsila expôs em Moscou. Lá, sensibilizou-se com a causa operária, pois foi ciceroneada por um amigo dos tempos de Paris, Serge Romoff. Na volta ao Brasil participou de reuniões no Partido Comunista Brasileiro e foi presa por um mês. Depois deste episódio, terminou o namoro com Osório e nunca mais se envolveu com política. Em 1933 pintou a tela ‘Operários’, pioneira da temática social no Brasil. Desta fase, temos também a tela ‘Segunda Classe’ e outras que podemos atribuir ao social, mas com menos destaque como ´Costureiras´ e ´Orfanato´. Em meados dos anos 30, Tarsila uniu-se com o escritor Luís Martins, mais de vinte anos mais novo que ela. O romance durou 18 anos.

Trabalhou como colunista nos Diários Associados do seu amigo Assis Chateaubriand de 1936 até meados dos anos 50. Em 1950, ela voltou com a temática do Pau Brasil com a tela ‘Fazenda’. Outras telas desta fase são ‘Vilarejo com ponte e mamoeiro´, ´Povoação I´ e ´Porto I´. Em 1949, sua única neta Beatriz morreu afogada, tentando salvar uma amiga em um lago em Petrópolis. As duas meninas faleceram.

Tarsila participou da I Bienal de São Paulo em 1951, teve sala especial na VII Bienal de São Paulo, e participou da Bienal de Veneza em 1964. Em 1969, a doutora e curadora Aracy Amaral realizou a Exposição, ‘Tarsila 50 anos de pintura’. Sua filha faleceu antes dela, em 1966. Tarsila faleceu em janeiro de 1973.

Fonte: Tarsila do Amaral

 

 

 

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