02 jun 2015 . 11:33
O dramaturgo e poeta alemão Berthold Brecht (1898 1956) foi um socialista que, em sua época, lutou contra o nazismo que assolava a Europa, usando a arte e a literatura como armas. Ao defender a necessidade dos trabalhadores entenderem o processo histórico que determina sua condição de vida, o poeta se tornou uma referência para os movimentos sociais.
Por Carolina Maria Ruy
Brecht nasceu na Baviera, Alemanha, estudou medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique durante a Primeira Guerra Mundial. Depois da guerra mudou-se para Berlim, onde trabalhou com Erwin Piscator (1893 1966), um dos precursores do Teatro Épico (produto do forte desenvolvimento teatral na Rússia, após a Revolução Russa de 1917, e na Alemanha, durante o período da República de Weimar).
Naquele contexto do final dos anos 1920, marcado pela afirmação do nazismo de um lado, e pela influencia socialista da recém-formada União Soviética, de outro, Brecht tornou-se um militante marxista e o principal expoente do teatro épico. Tanto como dramaturgo, como quanto poeta, seu trabalho baseado em uma contundente crítica ao sistema capitalista, tinha considerável repercussão. Antes de completar trinta anos ele já era reconhecido como um grande poeta.
Sua arte comumente tinha caráter educativo e visava criar uma espécie de consciência de classe entre os operários. Para o historiador alemão Jan Knopf, Brecht, insurgiu-se contra a representação ideológica elitista da história afirmando que só os trabalhadores podem promover as transformações necessárias para uma sociedade emancipada e igualitária.
Entretanto, para ele apenas ser um trabalhador não seria uma condição mágica dotada naturalmente de potencial revolucionário. O trabalhador propenso a realizar a mudança social é aquele que se inquieta, que insiste em compreender mais criticamente o mundo que anseia por modificar. É, enfim, o trabalhador que lê e faz perguntas.
No poema Perguntas de um trabalhador que lê, de 1935, Brecht exprime o que seria essa representação elitista da historiografia e a tomada de consciência dos trabalhadores. Embora a poesia tenha sido escrita há oitenta anos as Perguntas permanecem atuais e expressam a realidade brasileira. Isso porque a história oficial, que aprendemos nas escolas através de gerações, desconsidera o protagonismo das lutas sociais e dos trabalhadores.
Leia o poema:
Perguntas de um trabalhador que lê
Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos livros estão nomes de reis;
Os reis carregaram as pedras?
E Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem a reconstruía sempre?
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a construíram?
No dia em que a Muralha da China ficou pronta,
Para onde foram os pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo:
Quem os erigiu? Quem eram aqueles que foram vencidos pelos césares?
Bizâncio, tão famosa, tinha somente palácios para seus moradores?
Na legendária Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados continuaram a dar ordens a seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César ocupou a Gália.
Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro?
Felipe da Espanha chorou quando sua armada naufragou. Foi o único a chorar?
Frederico 2º venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem partilhou da vitória?
A cada página uma vitória.
Quem preparava os banquetes?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias,
Tantas questões(Berthold Brecht, 1935)
_______________________________________
Carolina Maria Ruy é jornalista e coordenadora de projetos do Centro de Memória Sindical
Seria bacana poder saber o nome do tradutor.
Porque aqui não tem resposta
Qual é a resposta dessa questão
O teor Marxista -Leninista permea todo o poema; e realmente não poderia ser diferente, afinal seu autor era um socialista. Mas não deixa de ser inquietante os questionamentos que até hoje aflige as pessoas menos favorecidas, leia-se …trabalhadores!!!!!
Por que temos poucas informações sobre as pessoas que participaram efetivamente das contribuições ou eventos citados no poema
Esse poema nao e so um poema e sim a verdade que deveriamos pensar
Qual o tipo de preconceito pode ser associado a ação presente no primeiro verso
oi eu amei e me ajudou noo meu tema e denovo obrgd
oi eu amei e me ajudou noo meu tema e denovo obrgd
TRABALHADORES DO MUNDO, UNI-VOS
O autor trouxe uma série de informações e questionamentos sobre uma nova forma de ver e escrever a historia, de poder ser imaginativo e inovar a história. Brecht trouxe uma importante contribuição com esse poema, pois foi o que deu a inciativa para Thompson escrever o artigo “The History From Bellow”. (A histó0ria vista de baixo. que trouxa uma importante contribuição para a escrita historiografia.
Oque o autor quis dizer com o texto?
É o homem que faz o projeto é na maioria das vezes chamado de “doutor pelos trabalhadores”. No entanto, não é ele que constrói. Ou seja, quem mete a mão é trabalhador. E quando da um problema que são chamados? Os uniformizados para resolver o problema.
Nem trabalhar decentemente está fácil como dizia: O homem é o Globo do homem.
Quem afinal construiu a cidade de Tebas