Conversas Com Meu Jardineiro

02 maio 2012 . 10:52

A interação entre pessoas de distintas classes sociais é um tema recorrente no cinema, sobretudo em filmes que pendem mais para o artístico do que para o comercial. Mais do que sociológica, a divisão econômica imposta entre as pessoas é permeada por uma atmosfera simbólica e subjetiva.

FONTE: Carolina Maria Ruy

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Conversas Com Meu Jardineiro (Dialogue avec mon jardinier)
França
Jean Becker
Com Daniel Auteuil e Jean-Pierre Darroussin

Em Conversas Com Meu Jardineiro um artista plástico bem-sucedido (Auteuil) retorna de Paris para à pequena cidade onde nasceu, devido à morte de seus pais. Encontra a casa tomada pelas plantas e pelo mato que cresceram livremente, à mercê do abandino.

Contrata, então, um jardineiro (Darroussin) para fazer a limpeza.
Ele só não contava que este novo empregado seria um velho amigo de colégio.
Ambos estudaram na mesma escola. Mas cada um trilhou um caminho diferente, de acordo com o que o contexto social permitiu.
Este reencontro, cinquenta anos depois, se desdobra em uma rica troca de experiências, de conhecimento, de recursos, de afetividade e amizade, principalmente.

O filme se assenta nos diálogos entre duas distintas experiências de vida. E, aos poucos, a realidade de cada um começa a interferir na vida do outro.
O artista plástico que se refugia no campo atrás de uma identidade perdida, é envolvido e passa a ter olhos para a questão social do jardineiro. Por um lado ele aprende o valor do conhecimento pratico. Mas, por outro, se dá conta da precariedade dos serviços com os quais seu novo “velho” amigo conta, sendo a medicina o caso mais gritante.

O despojamento, a sensibilidade e a disponibilidade que o pintor demonstra em relação ao jardineiro confere o tom humanitário que dá graça ao filme.
Nos leva à dimensão de que somos todos humanos, acima de tudo.
Mas, se isso conforta o ego, não resolve o problema.

Por mais conhecimentos práticos, teóricos e afetivos que o jardineiro tenha conquistado ao longo de uma vida de trabalho duro. Por mais que ele tenha se tornado um homem maduro, íntegro e responsável, neste reencontro ele ainda é o empregado. E o artista um egocêntrico, displicente, que antes de retomar o contato com o jardineiro era incapaz de enxergar além de seu próprio nariz.

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